Escalador militar: saiba como se tornar um montanhista militar!

Escalador militar: saiba como se tornar um montanhista militar!

Você sabe o que faz ou tem o sonho de ser escalador militar? Então confira todas as informações que Estratégia Militares preparou para você neste artigo!

Na guerra, a posição ocupada no campo de batalha é um dos principais fatores que determinam a vitória ou a derrota. A história está repleta de casos de forças pequenas e relativamente fracas, que foram capazes de vencer forças muito superiores apenas pelo fato de combaterem a partir de posições mais vantajosas.

De modo geral, quanto mais elevada, íngreme, fortificada e de difícil acesso for a região mantida por uma força militar, mais difícil para o atacante assaltá-la e conquistá-la. Todas essas características são encontradas na montanha. 

Devido a suas particularidades, a montanha é um dos ambientes de combate que exige o maior nível de especialização do combatente. 

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História do combate na montanha

O homem combate na montanha desde tempos imemoriais e são vários os exemplos épicos, desde os tempos de Alexandre, o grande, na Macedônia, passando pelos romanos que usaram os Alpes como primeira linha defensiva para manter afastados os seus inimigos. 

Até nos tempos modernos, durante as duas guerras mundiais, foram travados muitos combates em montanhas por toda a Europa. Na América do Sul, um dos casos mais clássicos na história militar contemporânea de guerra na montanha, ocorreu na chamada Travessia dos Andes em 1817

Nessa travessia, uma força argentina de quatro mil homens, liderados pelo general José de San Martin, atravessou os Andes em direção ao Chile. Apenas nessa travessia, os argentinos perderam mais de um terço da sua força de combate, mas essa ação foi decisiva para garantir a independência do Chile. 

Na primeira Guerra Mundial, o combate em montanha ocorreu principalmente na frente italiana, nos Alpes Julianos, e na frente oriental, entre o Império Otomano e o Império Russo.

Foi nessa frente, no Cáucaso, que uma das ações mais desastrosas da guerra na montanha teve lugar. O comandante turco insistiu no ataque frontal contra as forças russas, que estavam entrincheiradas e fortificadas no alto das montanhas.

Da força turca de 190 mil homens, mais de 160 mil combatentes se perderam devido aos rigores da travessia e devido à ação defensiva dos russos. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Cáucaso foi novamente cena de massacre,  em 1942, quando os alemães tentaram alcançar os poços de petróleo da região. Para chegar ao local, as forças alemãs precisavam passar pela cadeia de montanhas, mas foram barradas pela defesa soviética, que estava entrincheirada em pontos elevados e estratégicos.

A Força Expedicionário Brasileira (FEB) também se destacou no combate em montanhas na Segunda Guerra Mundial. No total, mais de 40 mil soldados brasileiros envolveram-se diretamente em combates da frente italiana onde se destaca a batalha de Monte Castelo, que decorreu entre novembro de 1944 e fevereiro de 1945. 

Nessa batalha, os alemães estavam muito bem posicionados em pontos elevados de onde conseguiam observar as movimentações brasileiras, porém graças à coragem, à persistência dos “Pracinhas”, às ações heróicas e aos disparos precisos da artilharia divisionária, os 9 mil combatentes da 132ª divisão alemã foram expulsos daquela montanha.

Escalador militar

Quais são os desafios do escalador militar na montanha?

Existem três tipos de montanha:

  • As cobertas com neve;
  • As pedregosas, com a superfície muito fragmentada; e 
  • As cobertas com densa vegetação e com o clima, geralmente, muito úmido.

Isso significa que além do treinamento básico de escalada, os militares precisam receber o treinamento no combate em certos biomas, como o combate na neve e o combate na floresta.

Em termos de clima, o combate na montanha impõe grandes desafios para os militares, já que as temperaturas e as condições podem mudar de forma drástica em muito pouco tempo. 

Num momento o militar pode estar suando debaixo de temperaturas elevadas e rapidamente ser atingido por uma chuva torrencial, ou por ventos frios e fortes, o que significa que o seu uniforme precisa estar muito bem preparado e adaptado para esse tipo de ambiente. 

Devido às variações de temperatura, a roupa precisa ser o mais impermeável possível, mas o tecido deve permitir, por outro lado, a livre transpiração. O calçado também deve ter essas mesmas características, já que se o militar ficar com os pés molhados e a temperatura cair bruscamente, os seus pés podem facilmente congelar, resultando em terríveis queimaduras.

Curiosidade

Atualmente, a maior força de combate em montanha no mundo é a Índia, que possui dez divisões completas dedicadas exclusivamente a esse tipo de bioma. Os indianos já combateram em altitudes de mais de seis mil metros nas suas fronteiras montanhosas com a China e o Paquistão, grandes rivais militares. 

No Brasil, se destaca o 11º Batalhão de Infantaria de Montanha, localizado em São João Del Rey, no estado de Minas Gerais, subordinado à 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, de Juiz de Fora. 

O objetivo desse batalhão é aplicar a doutrina de operações de montanha, por meio da instrução e treinamento, ministrando diversos estágios, desde o nível mais básico, até formações avançadas. 

O 11º Batalhão oferece esses cursos não apenas para o Exército, mas também para a Marinha do Brasil, a Força Aérea Brasileira e até mesmo para as Forças Auxiliares, como as polícias militares de diversos estados do país.

Essa unidade participou da 2ª Guerra Mundial na batalha de Montese, em abril de 1945. Foi a batalha mais dura e custosa que o Brasil travou, com a perda de 426 homens, mas com o resultado de quase 500 baixas entre os alemães que defendiam a região. 

Muitas das técnicas e táticas aprendidas por essa unidade na 2ª Guerra Mundial servem hoje de base para os estágios oferecidos pelo 11º Batalhão.

Curso básico de escalador militar

A transposição de obstáculos montanhosos exige dos militares um grande esforço físico para superarem as dificuldades do combate na montanha. Os estágios e cursos oferecidos pelo Exército no ambiente de montanha são: 

  • Estágio Básico do Combatente de Montanha;
  • Estágio de Auxiliar de Guia de Cordada;
  • Curso Básico de Montanhismo; e
  • Curso Avançado de Montanhismo.

Durante o curso básico de escalador militar, o aluno é instruído sobre as aplicações e como executar os nós e amarrações nas cordas de escalada. Além disso, o aluno aprende sobre:

  • Equipamentos de escalada;
  • Técnicas de Escalada Livre;
  • Trabalhos com Cordas; e
  • Evacuação de feridos

Durante o curso, o esforço físico é extremo, não só pelas escaladas, mas também pelas marchas em terreno acidentado na Serra da Piedade, em Minas Gerais. Algumas marchas podem chegar aos 16 quilômetros de extensão.

Escalador militar

Os perigos da montanha

O ambiente montanhoso é muito perigoso, já que um passo em falso ou caso ocorra algum desmoronamento das rochas, toda a operação é afetada. As rochas pontiagudas ou escorregadias e a presença de animais peçonhentos, que habitam nas rochas, são alguns dos desafios enfrentados pelos montanhistas militares.

Locomoção

A movimentação em terreno montanhoso é extremamente complicada, pois além da dificuldade natural do terreno, os militares precisam transpor os obstáculos equipados e armados. O peso total desses equipamentos pode chegar a 20 quilos.

Altitude e clima

Em altitudes elevadas o oxigênio é mais escasso e a pressão atmosférica é menor. Esses fatores resultam na perda de orientação e reflexo dos escaladores. Junto a isso, o frio a que os escaladores são expostos traz riscos de ferimentos na pele.

As condições climáticas são fundamentais para o escalador militar, pois há riscos dos combatentes se perderem ou ocorrerem acidentes em meio a neblina, tempestades,  deslizamentos ou desmoronamentos.

Quanto ganha o escalador militar?

Os militares que concluem o estágio ou o curso recebem um acréscimo que varia de 20% a 30% no valor do soldo, ou seja, o salário-base militar. Esses acréscimos podem variar de R$ 400,00 à R$ 2.000,00, de acordo com a patente.

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Referências

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